O ESCRITOR MALDITO E A VIOLÊNCIA: UM ESTUDO DAS EXPRESSÕES INJURIOSAS

Lilian Maria Ghiuro Passarelli

Resumo


O presente artigo aborda questões voltadas à descrição semântica de usos linguísticos, no processo de interação verbal. Por meio de pesquisas, notadamente as da Sociolinguística Interacional, tem-se observado uma série de alterações no tocante à questão do uso de vocábulos e/ou expressões populares que não mais recebem conotações fincadas no “certo/errado” que o prescritivismo tanto apregoou. A ideia de norma está ligada à questão do uso, como já visto, pois o uso dita a norma. Isso quer dizer que uma variedade linguística passa a ser reconhecida a partir do uso. Com a perspectiva descritivista, cuja atenção se baseia na realidade, diante da incontestável presença do coloquial nas mais variadas situações de comunicação (incluindo-se aí até o nível acadêmico), essa preocupação com a realidade pressupõe que, do ponto de vista comunicativo, o relevante é o caráter expressivo da língua oral, justificando-se, assim, o uso de um vocabulário gírio, de uma expressão popular ou, até mesmo, de um vocábulo obsceno (palavrão), num dado contexto interacional. O emprego desses usos se explica pelo fato de eles serem mais eficazes, por serem, naquele momento discursivo, a melhor forma de expressão. Um exemplo disso reside nos usos dessas formas mais distensas com o intuito de agredir. E dessa perspectiva decorre a constituição do objetivo deste estudo: investigar como se instauram a violência e a agressividade a partir das expressões injuriosas, na interação de dois falantes.


Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.