TRISTÃO E ISOLDA: O FILTRO DO AMOR NA LITERATURA DE RECEPÇÃO INFANTIL

Maria Auxiliadora Fontana Baseio

Resumo


A história do amor infinito que se manifesta como atração incontrolável entre dois seres e se torna destino e armadilha ao mesmo tempo ocupa o imaginário de muitos povos. A história dos amantes da Cornualha é uma dessas narrativas que transitam em diferentes culturas, linguagens e suportes. Tristão e Isolda tem sua célula dramática vestida de diferentes roupagens, conforme o imaginário do contexto histórico em que é revisitada e consoante com o receptor a que se destina. O objetivo deste artigo é, por meio de pesquisa bibliográfica e análise semiótica da produção em linguagem verbal e visual, verificar as transformações dessa matéria narrativa em versão voltada para crianças e jovens. Alessandra Cimatoribus, autora e ilustradora italiana, recria a história em obra traduzida em português por Manuela Pessoa como Tristão e Isolda e o filtro de amor que os uniu. Sua fonte de inspiração são os manuscritos dos séculos XII e XIII, ou seja, a partir do imaginário medieval, em que se reconhece a concepção de amor cortês. A movência e as possíveis e necessárias transformações do texto para responder à sensibilidade da criança e do jovem de hoje também é preocupação deste artigo. O conceito de Tradução Intersemiótica, compreendida como trânsito criativo de linguagens e sistemas de linguagens, tal como proposto por Julio Plaza, serve de instrumental para a realização da leitura analítica desse fenômeno de transcriação e deslocamento de sentidos.

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